terça-feira, 12 de abril de 2011

Loucura? Loucura de Deus!?


As palavras estranhas que formam o titulo deste artigo foram escritas pelo apóstolo Paulo para corrigir um grave defeito no sistema de ensino na igreja em Corinto. Alguns ensinadores entre eles estavam usando o sistema praticado pelos sábios (os sofistas, em especial) para convencer os ouvintes de que o seu parecer doutrinário era o mais certo, que Paulo tinha mais razão do que Pedro (ou vice-versa) e outros ainda se puseram ao lado do eloqüente Apolo. O resultado foi uma igreja dividida, com os membros agrupando-se em torno do seu "mestre" predileto, cuja interpretação da doutrina dos apóstolos eles achavam a mais aceitável.

Alarmado com esta situação na igreja, Paulo os acusa de infantilidade, pois estavam agindo como meninos em Cristo (I Cor 3:1). Esse tipo de ministério, sendo carnal em si, produzia o triste fruto da carnalidade entre eles: "ciúmes e contendas" (I Cor 3:3) e, conseqüentemente, um atraso no crescimento espiritural.

Para corrigir esta situação tão nefasta, Paulo levanta de novo, perante a igreja, a Pessoa de "Cristo crucificado". Ele os faz lembrar de como ele próprio chegou a Corinto e como anunciava o testemunho de Deus entre eles (I Cor 2:1), sem ostentação de linguagem. A sua mensagem era "Cristo e este crucificado .

Seu único objetivo era que a fé deles se apoiasse no poder de Deus e não em palavras persuasivas, expressas em sabedoria humana.

Para os de outras religiões, na cidade, esta crença era repugnante. Como poderia haver salvação por meio de um homem crucificado? Para eles, esta mensagem era sinal de loucura e fraqueza da parte do pregador e do Deus que ele representava. Não tinha o Deus dos cristãos poder e sabedoria suficientes para planejar um meio de salvação mais aceitável do ponto de vista humano?

O apóstolo persistiu com sua palavra de loucura e fraqueza, e demonstrou que pela palavra da cruz, a loucura de Deus é mais sábia do que os homens, e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens (I Cor 1:24-25). Isto foi confirmado pelos frutos obtidos entre os corintos. Alguns tinham sido idólatras, ladrões, adúlteros, sodomitas, bêbados e homens efeminados. Mas agora eles se lavaram, foram santificados e justificados em o nome do Senhor Jesus e no Espírito do nosso Deus (I Cor 6:9-11).

Mas tendo aceitado "Jesus Cristo exposto e crucificado" (Gal 3:1), limitaram-se a edificar sobre "O Fundamento" (que é Cristo) com material procedente da sabedoria humana, e nutridos com esse "feno e palha", andavam como homens do mundo, membros carnais, congregando-se numa atmosfera de dissensão.

Cabe a todo o pregador e "mestre" da Palavra tirar lições salutares ao se defrontar com esse estado da igreja em Corinto. O Seu objetivo deve ser o de edificar sobre o fundamento do Cristo crucificado, material esse que fortifica e amadurece os membros. Seu ministério deve visar a união da igreja "na mesma disposição mental e no mesmo parecer".

Ele deve tomar o máximo cuidado com o seu ensino para não ser a causa de desunião na igreja e levar alguns membros a aceitar a Paulo e outros a desprezar a Pedro.

Ensino que produz contendas entre os irmãos não procede da loucura e da fraqueza de Deus e sim, procede do mundo.


Fonte: Henry King [ Revista "IDE" - 1989 ]

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